Brigada NINJA Amazônia
•
3rd May 2024
População Xavante pratica “economia do cuidado” através da colheita de sementes nativas
O norte do Mato Grosso e oeste do Pará foram regiões que sofreram com os elevados índices de desmatamento no final do século passado e início do presente. De acordo com o portal Valor Econômico, a derrubada sofrida, neste período, pode ser associada à abertura de 140 campos de futebol por hora. Com boa parte da mata derrubada e o rio Xingu afetado, algumas aldeias indígenas da região matogrossense viram na colheita de sementes nativas uma prática capaz de promover vida à população e a floresta.
Em 2013, a aldeia Ripá, localizada na Terra Indígena Pimentel Barbosa, no município de Canarana, Mato Grosso, se tornou membro da Rede de Sementes do Xingu. A geração de renda para os moradores da aldeia foi o motivo que levou os Xavantes a participarem da Rede. Mas, em menos de dez anos, além desse objetivo sucedido, os efeitos positivos também podem ser sentidos na alimentação e na natureza.
A Rede de Sementes do Xingu é o resultado de articulação feita entre sociedade civil, órgãos públicos, universidades, organizações do terceiro setor e associações locais. Em 2007, a campanha Y Ikatu Xingu – língua indígena Kamayurá – que significa “Salve a Água Boa do Xingu,” deu início ao que viria ser um trabalho feito por setores da sociedade que, historicamente, não dialogam. A necessidade de adquirir sementes para plantio de restauração da região desencadeou o que pode ser chamado de “economia do cuidado”.
“A Rede se propõe a realizar um processo continuado de formação de coletores de sementes nas cabeceiras do rio Xingu, para disponibilizarem sementes da flora regional na quantidade e com a qualidade que o mercado demanda; formar uma plataforma de troca e comercialização de sementes; valorizar a floresta nativa e seus usos culturais diversos, gerar renda para agricultores familiares e comunidades indígenas e servir como um canal de comunicação e intercâmbio entre coletores de sementes, viveiros, proprietários rurais e outros interessados”,
explica Tatiane Ribeiro, jornalista da Associação Rede de Sementes do Xingu.
Nove aldeias Xavantes fazem parte da Rede de sementes, sendo oito delas localizadas na Terra Indígena Marãiwatsédé e uma na Terra Indígena Pimentel Barbosa – a Ripá. Mais doze aldeias que se encontram no Território Indígena do Xingu.
(Continua no link: https://brigada.midianinja.org/populacao-xavante-pratica-economia-do-cuidado-atraves-da-colheita-de-sementes-nativas/)